segunda-feira, 10 de maio de 2010

Família dividida pelo futebol


(escrito na noite do jogo entre Corínthias x Flamengo


A mesma casa, a mesma sala. O mesmo televisor ligado na mesma emissora que pelo menos 80% dos outros aparelhos similares das regiões onde há medição de IBOPE no Brasil.
Mas, os sofás eram diferentes na noite de quarta-feira (5). Não só pela comodidade, mas principalmente porque torcíamos por times diferentes.
Mãe e filho de famílias do Palestra Itália, o time “maledeto” que, nos pênaltis nessa mesma noite, perdeu para o Atlético Goianiense. Nessa hora sofremos juntos.
Nos dividimos quando resolvemos assistir ao jogo do Gordo contra Wagner Love. Por que? Hora, porque na manhã seguinte esse seria o grande assunto em qualquer lugar, principalmente na escola.
Bom, palmeirense eu sou, mas antes sou paulista e não iria torcer prá carioca nenhum.
O filho, muito bravo, disse ser antes palmeirense e, vibrar com os corinthianos era algo inimaginável. Os scrapts e emoticons do MSN já estavam preparados para comemorar os gols do Flamengo.
Uma divisão difícil de entender afinal, meu filho foi criado por mim, ouve minhas orientações (ou não), conhece muito bem meus conceitos morais e sociais. Então, como ele pode achar que a torcida por um time é mais forte do que a defesa dos nossos limites territoriais?
Nós, paulistas, marcamos antes. Foi gol contra, mas Ronalducho comemorou e os corinthianos de São Carlos também. Dá-lhe fogos de artifício.
Me perguntei, outra vez por que a rivalidade entre clubes poderia ser maior que as divergências geográficas.
Tudo bem que não me lembro de ver ninguém aqui torcendo pela Ferroviária!
Bons foram os tempos da Revolução Constitucionalista.
Eu acho! Ou não?
Bom, quando o Flamengo marcou o primeiro gol, no segundo tempo a parte da família que ainda estava acordada achou que já era hora de, como bons plameirenses, deixar essa história toda de lado e ir dormir. Até porque o cérebro tinha que estar desperto para as piadinhas e brincadeiras do dia seguinte.
Ruim prá nós que perdemos nos pênaltis.

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