segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mensagem da Quarta

"Um dos piores flagelos da humanidade é a intolerância, filha do orgulho, que faz com que nos sintamos melhores, mais aptos e mais inteligentes do que os outros.
A intolerância sempre se volta contra o mais humilde, o mais simples, o aparentemente menos capaz.
Que faz o orgulhoso, quando conclui que seus interlocutores não lhes chegam à altura, quando seus familiares, colegas ou subordinados lhe parecem sem recursos, diante da sua presumível alta capacidade e desempenho?
Humilha, ri ou enraivece-se e exige que todos lhes sigam os pensamentos, as atitudes, que no seu julgar egoísta lhe parecem sempre os mais certos.
Quem lhe garante essa suposta supremacia, essa superioridade? A vaidade, irmã do orgulho.
Achar-se o melhor envaidece a alma menos consciente da sua igualdade perante os semelhantes e da sua pequenez perante Deus.
A cegueira que o intolerante tem é percebida por todos, menos por ele mesmo. E como, quase sempre, o egoísmo e a intolerância andam de mãos dadas, ele nada aceita, não cede, o que lhe pareceria um ato de subordinação.
Mas, pensemos, nós que já fomos ou ainda somos assim, que Jesus, o maior de todos os Espíritos iluminados que desceram a esta Terra para nos esclarecer, nos trazer o verdadeiro sentido de ser, foi também o  mais humilde, mais tolerante, mais benigno, que tudo suportou, tendo a capacidade de, por um gesto, aniquilar, neutralizar seus contendores.
No entanto, Ele nada fez, que pudesse ferir ou magoar, pois sua superioridade verdadeira de nada disso precisava.
E nós, filhos de Deus em início de jornada, achamos que somos maiores e melhores que nossos irmãos, não suportando nada que não seja condizente com o nosso querer, com o nosso pensar.
Ainda temos muito, muito a aprender. E as lições são de acordo com nosso desenvolvimento, passo a passo, como pequenos que trilham seu período de aprendizado, obediente aos mestres, fazendo suas lições, cada vez mais difíceis.
A intolerância, devemos combater com humildade, com fé fervorosa no porvir, acreditando que a vida que nos cabe é a melhor para nós, de acordo com as programações divinas, sentindo a igualdade com todos os seres que convivemos, em qualquer lugar, no lar, no trabalho, nas amizades e no aprendizado da palavra do Cristo.
Sigamos, irmanados e sempre compreendendo que nós, humanos, somos todos iguais, apenas mais ou menos adiantados nas séries, desta grande escola que é o viver.
Amigos queridos, amparemo-nos uns aos outros e agradeçamos sempre a Deus, pelas oportunidades sublimes e pelas chances constantes que temos, para que não tropecemos nas pedras do caminho e para que possamos galgar os degraus da escada que nos levará ao mais alto.
Paz a todos e continuem sempre perseverando e ao cair, levantem-se novamente, ao errar peçam perdão humildemente e recomecem a lição." 
Psicografada por médium na Casa do Caminho

sábado, 1 de outubro de 2011

Acompanhada de mim


Acostumada a risadas, filhos à partir das 6h30, telefone, computador ligado às redes sociais, hoje estou só.
Não, na verdade estou comigo, coisa rara no meu dia a dia. Só porque esse não é o universo que almejo.
Só sei viver em grupo.
Penso melhor conversando com alguém.
Se triste, preciso dos filhos, da família e dos amigos.
Alegre, coisa mais freqüente, preciso deles e do mundo.
Só que hoje, agora à noite, é um prazer não ter ninguém nem perto. Não precisar falar nem ouvir.
Sei lá quem. Nem sei também porque.
Silêncio, nem a pau! Aí já é demais.
Na TV, o show do Skank me leva para o alegretto e me dá vontade de escrever. Foi a relação deles com a platéia do Rock in Rio que me animou a dividir essas horas sozinha.
Coisa rara.
Mas tá uma delícia.
De verdade.
Nunca pensei que acharia tão bom não ter alguém por perto.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Felicidade?

Tem dias que, ao sair da cama, a gente se sente feliz.
Sem saber porque.
É o coração que parece bater mais...as músicas aparecem facilmente, vindas lá do baúzão da memória. E dá vontade de cantar.
Não é paixonite, não. rssss Seria até bom que fosse. Mas essa alegria, essa felicidade que acordou hoje, comigo, não tem porções de ansiedade, de dúvidas, de expectativas. Ela está em estado puro. Acho!
Já tive esse despertar em outros dias mas, só hoje percebi como ele é "resistente" e solitário.
É, solitário mesmo! Ninguém, aparentemente, o provocou. Não preciso compartilhar para prorrogar essa sensação.
O que eu queria mesmo, era conhecer sua origem. Lembrar de onde a felicidade partiu para voltar mais vezes lá. Para buscar essa emoção com maior frequencia.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Casa Arrumada

Casa Arrumada
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Casa arrumada  é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Decisão de juiz

Passamos, recentemente, por uma situação parecida. Por uma das irmãs Maria, ser micro empresária, tivemos que pagar todas as taxas e impostos do inventário do meu pai, falecido. Nem ela, nem as outras 2 Marias tinham condições de pagar por tudo. Por isso mesmo, a advogada está até hoje sem receber seus honorários. Aguarda a venda da casa, único bem do pai dentista e da mãe professora, para receber por seu trabalho.

Um menino pobre perdeu o pai, marceneiro, num atropelamento de moto. Ajuizou ação de indenização contra o atropelador, pedindo pensão de um salário mínimo por mês. Em primeira instância, o juiz negou a justiça gratuita, por achar que o advogado constituído seria prova de condições de arcar com as custas.


Então, o desembargador proferiu seu voto no Agravo, e então tive de volta minha esperança que, apesar de tudo, ainda existem pessoas que realmente valem a pena neste mundo, mesmo quando têm o poder em suas mãos.

Acho que vale a pena perder alguns minutos para ler o que decidiu o relator, pois aí sim podemos ter esperança em algum futuro melhor:

“É o relatório.
Que sorte a sua, menino, depois do azar de perder o pai e ter sido vitimado por um filho de coração duro - ou sem ele -, com o indeferimento da gratuidade que você perseguia. Um dedo de sorte apenas, é verdade, mas de sorte rara, que a loteria do distribuidor, perversa por natureza, não costuma proporcionar. Fez caber a mim, com efeito, filho de marceneiro como você, a missão de reavaliar a sua fortuna.
 
Aquela para mim maior, aliás, pelo meu pai - por Deus ainda vivente e trabalhador - legada, olha-me agora. É uma plaina manual feita por ele em paubrasil, e que, aparentemente enfeitando o meu gabinete de trabalho, a rigor diuturnamente avisa quem sou, de onde vim e com que cuidado extremo, cuidado de artesão marceneiro, devo tratar as pessoas que me vêm a julgamento disfarçados de autos processuais, tantos são os que nestes vêem apenas papel repetido. É uma plaina que faz lembrar, sobretudo, meus caros dias de menino, em que trabalhei com meu pai e tantos outros marceneiros como ele, derretendo cola coqueiro - que nem existe mais - num velho fogão a gravetos que nunca faltavam na oficina de marcenaria em que cresci; fogão cheiroso da queima da madeira e do pão com manteiga, ali tostado no paralelo da faina menina.
 
Desde esses dias, que você menino desafortunadamente não terá, eu hauri a certeza de que os marceneiros não são ricos não, de dinheiro ao menos. São os marceneiros nesta Terra até hoje, menino saiba, como aquele José, pai do menino Deus, que até o julgador singular deveria saber quem é.
 
O seu pai, menino, desses marceneiros era. Foi atropelado na volta a pé do trabalho, o que, nesses dias em que qualquer um é motorizado, já é sinal de pobreza bastante. E se tornava para descansar em casa posta no Conjunto Habitacional Monte Castelo, no castelo somente em nome habitava, sinal de pobreza exuberante.
Claro como a luz, igualmente, é o fato de que você, menino, no pedir pensão de apenas um salário mínimo, pede não mais que para comer. Logo, para quem quer e consegue ver nas aplainadas entrelinhas da sua vida, o que você nela tem de sobra, menino, é a fome não saciada dos pobres.
 
Por conseguinte um deles é, e não deixa de sê-lo, saiba mais uma vez, nem por estar contando com defensor particular. O ser filho de marceneiro me ensinou inclusive a não ver nesse detalhe um sinal de riqueza do cliente; antes e ao revés a nele divisar um gesto de pureza do causídico. Tantas, deveras, foram as causas pobres que patrocinei quando advogava, em troca quase sempre de nada, ou, em certa feita, como me lembro com a boca cheia d'água, de um prato de alvas balas de coco, verba honorária em riqueza jamais superada pelo lúdico e inesquecível prazer que me proporcionou.
 
Ademais, onde está escrito que pobre que se preza deve procurar somente os advogados dos pobres para defendê-lo? Quiçá no livro grosso dos preconceitos...
Enfim, menino, tudo isso é para dizer que você merece sim a gratuidade, em razão da pobreza que, no seu caso, grita a plenos pulmões para quem quer e consegue ouvir.
Fica este seu agravo de instrumento então provido; mantida fica, agora com ares de definitiva, a antecipação da tutela recursal.
 
É como marceneiro que voto.
JOSÉ LUIZ PALMA BISSON - Relator Sorteado”
Se alguém tiver dúvida sobre a originalidade do processo, aqui está o voto, devidamente caracterizado:
Com isso, minha semana fica mais feliz, por saber que alguém que tem o comando ainda pode nos dar esperanças.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Leia até o fim e pense sobre tudo que voce comprou este mes

ANÁLISE SOCRÁTICA DOS TEMPOS ATUAIS
> FREI BETO
>
>
> Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e
> perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'.
> Comemorei: 'Que bom então de manhã você pode brincar dormir até mais
> tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que
> tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura,
> piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada.
>
> Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'
>
> Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente
> equipados, mas emocionalmente infantilizados.
>
> Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis
> livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de
> ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas
> me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito.
>
> Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'.
> 'Olha uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão
> da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
>
> A palavra hoje é 'entretenimento' ; domingo, então, é o dia nacional
> da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá
> e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.
>
> Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de
> que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este
> refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este
> carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem
> cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um
> analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
>
> O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse
> condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se
> viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são
> indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
>
> Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as
> cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil,
> constrói-se um shopping Center. É curioso: a maioria dos shoppings
> centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não
> se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de
> domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há
> mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
>
> Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela
> musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas
> aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por
> belas sacerdotisas.
>
> Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar
> cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial,
> sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se
> sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia
> pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo
> hambúrguer do Mc Donald...
>
> Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas:
> 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares
> espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de
> descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando
> vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:
>
> - "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para
> ser feliz !"

terça-feira, 5 de abril de 2011

MISS IMPERFEITA SOMOS NÓS

MISS IMPERFEITA
 
 
      (Texto de Martha Medeiros) 

     'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado,  decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

     E, entre uma coisa e outra, leio livros.

     Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

     Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

     Primeiro: a dizer NÃO.

     Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

     Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

     Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..

     Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

     Você não é Nossa Senhora.

     Você é, humildemente, uma mulher.

     E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

      Tempo para fazer nada.

     Tempo para fazer tudo.

     Tempo para dançar sozinha na sala.

      Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

     Tempo para sumir dois dias com seu amor.

     Três dias..

     Cinco dias!

     Tempo para uma massagem.

     Tempo para ver a novela.

     Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

     Tempo para fazer um trabalho voluntário.

     Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

     Tempo para conhecer outras pessoas.

     Voltar a estudar.

      Para engravidar.

     Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

     Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

     Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

      Existir, a que será que se destina?

     Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra..

     A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

     Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

     Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

     Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
      Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

     Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
     Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

     E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'

     Martha Medeiros - Jornalista e escritora