segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sábado dançante


Retorno ao passado acontece inesperadamente. É como inventar, sem querer, uma máquina do tempo que vai nos jogando de uma época à outra. Todas felizes. Só sua lembrança é triste porque sabemos que não há como voltar a ela. Pelo tempo e por conta das mudanças que sofremos e que não podem ser desfeitas.
Ao som de antigas canções, coisas do tempo dos meus pais que aprendi a amar, vi novamente saltos e sapatos deslizando pelo salão. Desajeitadamente e magestosamente!
Dois pares chamavam especialmente a atenção. Desenhavam os passos da dança tão próximos um dos outro que obrigavam as pernas a ficarem entrelaçadas. Parecia que iam se enrosacar de forma a criar um acidente. Que nada! Cotinuavam e, aceleravam junto com a música. Como era possível? Conhecimeto! Cumplicidade!
Também estavam alí figurinos dos mais variados, cobrindo corpos de diferentes tamanhos e épocas. Boa parte com mais de meio século de salão. Por isso mesmo estavam alí. Eu acho.
Fora da pista ainda dava prá ver a delicadeza das mãos cavalheiras conduzindo as damas. Os casos de paixão acesa, reacesa pela dança, pela música, pela lembrança do que os levara até alí.
Difícil algo, sem ser a música e a dança, que sejam capazes de causar embevecimento igual. Transporte de tempo semelhante.
Sem par, era certo o sentimento de inveja, inveja da boa que quer também prá sí, igual a do outro e não o mesmo objeto, situação.
No próximo vou levar meu par.

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